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Mostrando postagens de dezembro, 2019

Relatos peruanos 6 - Vivendo nas alturas: o Lago Titicaca e suas ilhas

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Essas ilhas são famosas por serem construídas pelo homem a partir da planta denominada totora , que é uma forma local do junco. As Ilhas Flutuantes de Uros, no Lago Titicaca, no sul do Peru, são largas superfícies artificiais feitas de uma matéria vegetal esponjosa e flutuante, coberta por uma rede de galhos de junco. E, sim, tudo isso é obra humana.  Nos tempos pré-incaicos as populações que moravam em terra, nas proximidades do Lago Titicaca, dedicavam-se à pesca e coleta de alimentos vegetais. Eram os uros. A chegada dos incas a essas paragens, no extremo sul do atual território peruano, forçou essas primeiras populações a buscar refúgio nas águas do lago, onde passaram a viver. Como? Improvisaram casas em pequenas embarcações construídas com o junco, abundante na região. A construção de grandes plataformas flutuantes - as "ilhas" - é muito recente; data tão-somente da década de 80 do século XX. A abundância de junco animou os locais a utilizarem-no na construção

Relatos peruanos 5 - Trilha Inca. Machu Picchu

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Um pé depois do outro. Os dois bastões projetados à frente, de forma a apoiar o próximo passo. As mãos firmemente presas aos bastões, permitindo que a cada passo os braços façam um movimento elíptico, ajudando as pernas na tração do corpo. O cansaço e a rarefação do oxigênio exigem um esforço significativo para vencer a altura de 20 a 30 centímetros de cada degrau de pedra. Estão cansados os músculos das pernas; as costas, que suportam o peso de 12 quilos da mochila; os pés, que têm sido submetidos a pequenas contusões com o ritmo intenso das caminhadas diárias. Tento não pensar no que falta a vencer, não olhar para cima. Volta e meia aparecem, ao lado do íngreme caminho de pedra, curtas trilhas arenosas, abertas talvez para impedir que a vegetação avance sobre o sendero principal. Sigo até onde posso por essas trilhas secundárias, que me permitem evitar o esforço de subir os degraus de pedra. Constato aliviado que as boas palmilhas de caminhada que comprei em Ollantaytambo, pouco

Relatos peruanos 4 - Cusco, a joia do Peru

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A frase do título me fora dita - ou melhor, escrita - por Cristina, a gentil peruano-espanhola que me ajudara na organização do roteiro pelo Peru. Passei horas no Whatsapp com essa proprietária de agência de turismo em Cusco e por vezes me perguntava, durante a conversa virtual, se não estávamos exagerando nessa espécie de consultoria gratuita de viagem. Sim, é verdade que eu e Brito compramos na sua agência alguns dos "pacotes" que utilizamos no país. Mas Cristina foi bem além e se esmerou em destacar o que o Peru tem de mais interessante e até mesmo o número de dias sugerido para cada lugar. E deu certo. A minha amiga virtual não errou em nada em qualificar Cusco dessa forma superlativa. A outrora capital do império inca, hoje uma cidade peruana de 430.000 pessoas, possui sem dúvida a zona histórica e turística mais imponente e vibrante entre todas as cidades do país. As visitas normalmente se iniciam pela Praça de Armas e pela edificação histórica que é o seu centro, um

Relatos peruanos 3 - Arequipa. Trekking pelo Vale do Colca

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Arequipa, a metrópole de um milhão de pessoas no sul do Peru, era para nós uma incógnita. "Cidade cercada de favelas", alguém havia comentado. "A cidade mais bela do Peru, a cidade branca", havia lido, por outro lado, em blogues de viagem. À medida que o táxi deixava a região da estação rodoviária e adentrava a zona histórica, pressentíamos que a segunda opinião seria a mais fiel a essa imponente cidade. Centrado na Praça de Armas, o núcleo histórico de Arequipa se estende por várias ruas, nas quais se distribuem belos exemplares da arquitetura local. Predominam as edificações feitas com silhar, a pedra lavrada em formato quadrangular. Contemplamos admirados a arquitetura colonial da cidade, constituída por edificações monumentais, como a Basílica Catedral e o Monastério Santa Catalina, defronte do qual, a propósito, estamos hospedados.  Lamentavelmente não chegamos a visitar o interior da Basílica e nem do Monastério. Mas m esmo o nosso hotel é um belo exemp