Relatos peruanos 5 - Trilha Inca. Machu Picchu

Um pé depois do outro. Os dois bastões projetados à frente, de forma a apoiar o próximo passo. As mãos firmemente presas aos bastões, permitindo que a cada passo os braços façam um movimento elíptico, ajudando as pernas na tração do corpo. O cansaço e a rarefação do oxigênio exigem um esforço significativo para vencer a altura de 20 a 30 centímetros de cada degrau de pedra. Estão cansados os músculos das pernas; as costas, que suportam o peso de 12 quilos da mochila; os pés, que têm sido submetidos a pequenas contusões com o ritmo intenso das caminhadas diárias. Tento não pensar no que falta a vencer, não olhar para cima.

Volta e meia aparecem, ao lado do íngreme caminho de pedra, curtas trilhas arenosas, abertas talvez para impedir que a vegetação avance sobre o sendero principal. Sigo até onde posso por essas trilhas secundárias, que me permitem evitar o esforço de subir os degraus de pedra. Constato aliviado que as boas palmilhas de caminhada que comprei em Ollantaytambo, pouco antes de se iniciar o primeiro dia pela trilha, atenuaram em muito a pressão sobre os pés. Provavelmente não passarei novamente pelas dores intensas nas palmas dos pés que tive no Vale do Colca.

Uma dúvida me persegue a cada passo para cima. A mochila é presa ao tronco por quatro alças. As duas principais, que a prendem aos ombros. Uma terceira, larga, que circunda a cintura, a que no passado chamávamos "barrigueira". E, por fim, uma quarta, menor, que abraça os músculos peitorais. Pois bem. Se prendo firmemente essa alça peitoral, tensionando-a ao máximo, consigo manter a parte superior da mochila bem presa ao tronco, conferindo firmeza ao peso a ser carregado e evitando a tendência da carga de pender para trás. Mas... prender essa alça significa comprimir a caixa torácica, dificultando o movimento da respiração. Respiração mais difícil, menos ar ingerido a cada inalação, esforço físico maior. Mau. Uma alternativa seria passar à respiração abdominal da yoga, retirando a exigência respiratória do peito. Funciona por algum tempo. Mas não parece possível fazer com que o corpo de uma hora para outra se adapte à respiração abdominal, nessas condições adversas, depois de décadas de respiração torácica.

Envolvido nesses dilemas, vou subindo. O objetivo do final da manhã, anunciado várias vezes pelo guia, é chegar ao topo de Warmiwarnuska, montanha de 4.215 metros de altitude. Saíramos de 3.100 metros, altitude do acampamento de Wayllabamba, onde passáramos a primeira noite. Essa diferença de altitude de 1.115 metros é vencida em apenas seis quilômetros de distância linear, o que indica uma inclinação absurda. Trata-se do maior desafio da Trilha Inca, para o qual os guias preparam cuidadosamente os caminhantes. Três variáveis decisivas: inclinação, concentração do oxigênio e tempo. Há que se chegar ao topo no final da manhã, para no turno da tarde fazer a descida rumo ao acampamento do segundo dia.

Ar rarefeito, um livro que li há muito tempo, pouco antes de iniciar a viagem de volta ao mundo, no final dos anos 90. Aqui nos Andes, pela primeira vez, sinto os efeitos dessa condição atmosférica. Subo ofegante, bem mais ofegante do que numa subida em condições de pleno oxigênio. Sinto-me levemente zonzo. Mas felizmente os efeitos param por aí. Tive notícias de desmaios e necessidade de oxigênio de emergência, disponível em pequenas garrafas, que felizmente as equipes que organizam o trekking carregam. Desde o início do dia, logo depois do café da manhã, estou mascando folhas de coca, a milenar solução andina para garantir energia e boa disposição física. O gosto suavemente amargo do bolo de folhas que trago na boca tornou-se um elemento inerente da caminhada. De vez em quando paro e aspiro a boa solução de águas de Flórida, um broncodilatador também muito difundido.

Faço paradas cada vez mais frequentes. Estou muito cansado. Paro, bebo água, fotografo. Os dois litros de água são o maior peso individual da mochila, mas são obviamente essenciais - ainda mais em condições de ar rarefeito. Ingerir muita água é a primeira e principal precaução contra o mal de altitude.

Ao meu lado descansa um carregador. Normalmente os porteadores fazem as paradas coletivamente, mas este está sozinho. Cada vez que me afasto para deixá-los passar, com seus pesos incríveis de 25 ou 30 quilos, noto que também eles se cansam. Sobem ofegantes, alguns banhados de suor. Ao contrário das botas modernas, anatômicas e cientificamente fabricadas dos caminhantes, usam tênis comuns ou até mesmo toscas sandálias de couro.

Olho para o porteador. Ele devolve neutro o olhar. Nos olhos negros não há nada, apenas a quietude andina. Sem cumprimentá-lo, como o faço habitualmente, desvio então o olhar para o último trecho da trilha, que acabei de vencer. É uma ladeira íngreme, a alguma distância de onde estou. As pessoas são manchas de cor laranja, azul, amarela, de acordo com a cor das capas plásticas de chuva que usam. O início da subida ficou lá atrás, todos já caminharam muito. O término ainda está muito distante. Chove levemente desde a madrugada. Nada parece poder aliviar o esforço dessa subida.

É então que observo fascinado um curioso efeito. Como num balé que chega ao final, as pessoas vão aos poucos cessando o movimento dos pés. Param, um a um, deixando-se ficar em diferentes pontos da ladeira. Alguns se assentam no chão. Outros permanecem de pé, mas curvados, apoiados mais nos bastões do que nas pernas. Ninguém se move. Quinze ou mais pessoas paralisadas pela exaustão física numa das curvas do caminho. De vez em quando um braço se move para pegar algo ou uma cabeça se levanta. Nada mais. Aos poucos, num espontâneo efeito cinematográfico, todos esses caminhantes exaustos estão imóveis, completamente integrados na quietude andina. Comento com o carregador: "Mira, hombre, todos estan detenidos, nadie se mueve". Os olhos andinos sorriem. Ele ajeita a sua carga, eu a minha mochila, recomeçamos a subir.

A Trilha Inca é usualmente percorrida em quatro dias de caminhada, ao longo dos quais é coberta a distância total de 42 quilômetros, entre Piscacucho, no chamado "quilômetro 82" (e não exatamente Cusco, como se costuma generalizar), e Machu Picchu. Uma distância relativamente curta se considerada linearmente e enorme se levadas em conta as inclinações a serem vencidas. Trata-se na realidade de uma viagem a pé pelas montanhas andinas.

Numa empreitada física como essa as noites de sono são muito mais prolongamentos dos dias de caminhada do que qualquer outra coisa. Cada noite passada nos acampamentos é uma continuidade do dia que terminou e uma preparação do dia que virá.

Chego exausto ao acampamento do segundo dia, o mais difícil da viagem. Vinha de um dia de intenso esforço físico; de manhã, para enfrentar a subida que leva ao topo de Warmiwarnuska; durante a tarde, para descer pela outra face da mesma montanha. Subir e descer uma montanha de 4.215 metros de altitude, pode-se assim resumir o segundo dia da Trilha Inca.

O casal de franceses com quem viajava já havia chegado. Dois fisioterapeutas de 25 e 27 anos, discretos, silenciosos e rápidos. A mim me parecia que perdiam muito da vivência do caminho e das suas paisagens seguindo apressadamente à frente, enquanto eu ficava para trás. Mas a força da juventude não impedia que também sofressem com o esforço físico. "Hoje eu me perguntei o que estou fazendo aqui", confidenciou-me a jovem durante o jantar.

Observei algo desolado a tenda e as barracas. A equipe de organização - guia, carregadores, cozinheiros, ajudante - se esmerava em fazer o máximo. Mas os terrenos dos acampamentos eram íngremes e pedregosos, os banheiros distantes e as lonas das barracas pareciam muito finas diante da chuva gelada que caía. Felizmente a alimentação era sempre farta e de qualidade.

Jantei rapidamente, conversei um pouco com os franceses e logo estava dentro da barraca individual que me fora reservada. Dormia no interior de um saco de dormir resistente a até um grau negativo de temperatura e sobre um colchonete de borracha. Roupas térmicas, meias térmicas e um gorro completavam o conjunto, mantendo-me completamente aquecido. Desde o primeiro dia improvisara um tosco travesseiro, enchendo de água uma garrafa pet de meio litro e enrolando-a na toalha de banho. Colocada sob o saco de dormir, provia a elevação ideal para se pousar a cabeça.

Acordo no meio da noite e olho o relógio do celular. Uma e meia da manhã. Toco no teto da barraca: a lona está úmida, denunciando a noite gelada lá fora. Reproduzo mentalmente os vários passos que serão necessários para me levar até o banheiro: sair de dentro do saco de dormir; colocar a lanterna de testa; abrir o primeiro zíper da barraca; abrir o segundo zíper, da lona externa; calçar a bota; fechar os dois zíperes, para evitar que o ar frio invada o interior da barraca; caminhar pela trilha pedregosa e íngreme que leva ao banheiro; retornar e fazer tudo novamente, no sentido inverso. O ruído do abrir-fechar dos zíperes certamente acordará os franceses, que dormem na barraca ao lado. Sair na noite gelada esfriará o meu corpo. Caminhar até o banheiro despertará o meu cérebro, prejudicando o sono.

É então que, considerando tudo isso, pela primeira vez na vida urino no interior de uma garrafa pet. Lacro-a fortemente e deixo-a no fundo da barraca, à espera do amanhecer. No dia seguinte, descarto-a junto com o lixo que os carregadores levam consigo.



***


"Intipata", é o nome do lugar. Largos terraços agrícolas construídos nas franjas da montanha, formando uma espécie de gigantesca escada de pedras.  A trilha arenosa passa na base do primeiro dos grandes degraus. Lá embaixo, como um fecho da paisagem, corre o rio Urubamba. Algumas horas antes eu passara por antigas fortalezas de pedra, com seus muros e espaços interiores. E também pequenas construções que outrora serviram como postos de revezamento daqueles que faziam o "correio" entre as diversas partes do império inca. Tudo isso está implantado numa das majestosas cordilheiras do mundo, com seus picos nevados e suas zonas de vegetação exuberante. A beleza cênica da Trilha Inca é descomunal.

Intipata, que está nas proximidades do último lugar de acampamento, é uma festa para mim. Extasio-me com a paisagem e com o fim do terceiro dia de caminhada. Sei que o quarto e último dia será leve e por isso antecipo a sensação de vitória que terei amanhã, ao chegar a Machu Picchu. Os franceses, como de costume, seguiram à frente. Raul, o simpático guia cusquenho, se quedara comigo. Vejo-o entediado a me esperar enquanto tiro fotos. Parece cansado. Digo a ele: "Não se preocupe comigo, pode seguir em frente e me esperar no acampamento". Assim o libero e sinto-me mais à vontade para vivenciar esse momento mágico da trilha.

Paulo, o brasileiro residente na Austrália, chega sorridente. No dia anterior, ao ver o meu arranjo protetor dos joelhos, uma faixa de curativo comum apertada nas pernas, dera-me uma faixa adesiva moderna. É com ela que caminho, uma precaução para evitar que, especialmente nas longas descidas, haja danos para as articulações dos joelhos. Paulo pede uma parte da faixa de volta, para utilizar como curativo numa ferida de um dos guias. Raramente tiro fotos de mim mesmo, mas este momento é especial. Peço a Paulo que tire fotos de mim; faço o mesmo a ele. Mais uma vez elogia o meu desempenho, parece surpreso com a minha disposição física para a minha faixa etária.

Deixo Intipata e continuo a descer. Chego ao acampamento. Estou sorridente, usando apenas duas camisetas finas, boné, óculos escuros, porte ereto. Antes mesmo de tirar a mochila das costas, cumprimento os carregadores e cozinheiros, que trabalham sob a tenda. Olham-me com simpatia e admiração. Um deles me diz algo em quechua, sorrindo. Raul me explica: "ele está dizendo que você é forte, que você está muito bem". Agradeço em espanhol e acrescento que se somos fortes é graças a eles, que garantem o nosso alimento, calor e abrigo. Raul apenas sorri, não traduz o que eu disse. Não estou certo de que os trabalhadores tenham me compreendido; a maioria dos andinos da trilha fala apenas o quechua, o antigo idioma inca.



***


A primeira visão da cidadela é a partir da Porta do Sol. Lá está ela, cravada entre as montanhas, cercada de vegetação, com suas paredes de pedra e seus múltiplos e característicos terraços. De longe, na gigantesca escala andina, não parece tão grande.

Na Porta do Sol, no início de uma manhã clara, sem chuva, se reúnem os grupos de caminhantes. Estão todos excitados com a aproximação do objetivo final desta empreitada de quatro dias. Machu Picchu está muito próxima, a apenas mais algumas horas de caminhada descendente. Aos poucos começam a aparecer os turistas comuns, caminhando na direção contrária à nossa. Distingo-os facilmente em meio ao volume de pessoas que começa a se adensar em torno da Porta do Sol. Vestem roupas comuns, não carregam mochilas de trekking e têm nas faces um certo frescor, típico de quem está descansado. "Talvez", divago, "a nossa expressão, de quem se submeteu a um esforço físico inaudito, pareça, em contrapartida, mais cansada, mais rude". E as nossas roupas e equipamentos mais técnicos.

Chegar a Machu Picchu pela Trilha Inca numa manhã de sol. Essa é uma conquista duradoura, que jamais me será tirada. Pessoas, coisas e condições vêm, permanecem por um tempo e depois se vão. Mas Machu Picchu e o sendero até ela, esse caminho milenar que figura entre as trilhas de trekking mais desejadas do mundo, gravam-se de forma permanente no interior de quem as percorre. Então, como já o fiz várias vezes, aprecio internamente o valor do trekking como aquisição de um estado positivo e libertador de consciência.

Por duas vezes, enquanto descemos as últimas centenas de metros da Trilha Inca, somos calorosamente apontados pelos guias que comandam grupos de turistas: "Eles estão terminando agora uma caminhada de quatro dias pela antiga trilha; andaram quilômetros e quilômetros, subiram serras, dormiram em barracas". Os turistas se afastam para nos deixar passar e batem palmas.

Brito, que não se animou a enfrentar os quatro dias, está à minha espera e me abraça carinhosamente. Diviso-o com dificuldade no meio das dezenas de pessoas que já formam uma verdadeira multidão em torno da entrada da cidadela. A mudança é súbita. Passara quatro dias em meio à natureza, com poucas pessoas em torno. Eu e a mochila, uma dupla inseparável. De repente sou incentivado a tirá-la, depositá-la no guarda volumes da entrada da área de visitação da cidadela. "Quer ir ao banheiro?". Então me mandam para uma fila onde tenho que entrar para comprar o ingresso para o banheiro - eu, que dois dias antes improvisara um esquema bem mais simples...

A última noite na trilha, isto é, a noite anterior a essa chegada a Machu Picchu, foi das mais difíceis. As razões são logísticas. As três variáveis são a necessidade de se desmontar as tendas e barracas do acampamento; o horário do trem que os carregadores têm que pegar para retornar a Cusco; o horário de abertura do posto de controle do parque de Machu Picchu. Essas variáveis, que não se encaixam muito bem, colocam os caminhantes para fora das barracas, já completamente vestidos e com mochilas organizadas e fechadas, às 3 horas da manhã. Caminha-se um pouco até as proximidades do posto de controle e aguarda-se, sentado em bancos de madeira, algumas horas até que ele abra. Essa espera na madrugada escura e gelada não é nada agradável.

Por isso, além do impacto da mudança de ambiente, sentia-me cansado e zonzo ao entrar em Machu Picchu. A rarefação do oxigênio fazia o seu efeito; subia com dificuldade as escadas de pedra da cidadela. Continuava por isso a mascar as folhas de coca. Sentia falta da mochila grande, haviam me deixado apenas com a mochila de ataque de 20 litros. Brito e o guia, bem dispostos, circulavam pela área e comentavam o que viam. O guia emitia, talvez com certo exagero, uma profusão de informações históricas e ambientais.

Aos poucos vou despertando. Faço as inevitáveis perguntas de cunho histórico, tentando relacionar a materialidade do que vejo com a história desse povo imperial. Tanto pela conquista militar quanto pela assimilação pacífica, os incas passaram, a partir do século XIII, a incorporar outros povos andinos. Quando os espanhóis chegaram, em 1532, o império se estendia por uma grande porção ocidental da América do Sul, incluindo partes dos atuais Equador, Peru, Bolívia, Argentina, Chile e Colômbia. Dificilmente os espanhóis teriam conquistado um império dessas proporções, que se encontrava no seu auge, não fora a disputa pelo poder instalada entre dois filhos do Inca Huayna Capac. Aproveitando-se da guerra civil instalada, Francisco Pizarro e seus homens lograram em alguns anos assumir o controle do império, abrindo assim caminho para a extinção da civilização inca.

Machu Picchu foi construída no século XV por ordem do Inca Pachacuti. A sua função permanece um mistério. Teria sido um lugar estabelecido para supervisionar a economia das regiões conquistadas; ou um refúgio estratégico para o soberano inca e seu círculo mais próximo, em caso de ataque; ou ainda um retiro de verão para a família real.

Depois de horas de visita, deixamos enfim a cidadela e seguimos para Águas Calientes. Ali passamos parte do dia para de tarde pegar o trem que nos deixará em Cusco. Enquanto o trem desliza sobre os trilhos, observo a paisagem lá fora. As montanhas andinas se sucedem, enquanto nas partes baixas, um pouco abaixo do nível da ferrovia, corre o rio Urubamba. Essas montanhas e esse rio definiram sucessivos processos de ocupação humana que agregaram povos, construíram um império e depois abriram caminho para a formação espanhola da América do Sul.

Volto os olhos para o interior do vagão. Em frente a mim um casal, ela uma mulher morena de traços fortes, ele um homem branco mais velho. Sentada ao meu lado, uma adolescente que certamente é filha da mulher. Ela é limenha e ele norteamericano, saberei mais tarde. Na outra mesa ouço o desenrolar de uma conversa em que se misturam o espanhol, o português e uma mescla de ambos. Um jovem brasileiro de Santa Catarina conversa com dois argentinos. Trocamos ideias, perguntam-me sobre a viagem pelo Peru e sobre a Trilha Inca. A garota adolescente parece especialmente interessada. "Mas como caminhar com essa mochila nas costas tantos dias?" "Como é estar no topo daquelas montanhas tão altas?". E até mesmo: "O que você sente quando vê daqui o caminho pelas montanhas, que você acabou de percorrer?". Admiro a sua espontaneidade simples e direta; os meus olhos brilham quando olho para ela, muito mais interessado no que ela tem a perguntar do que no que eu tenho a responder. Num átimo de segundo, um raio cai: Pedro. Quando desço do trem, espero-os para me despedir. Beijo a garota na cabeça, ela me diz: "que você faça sempre boas viagens". E desaparecem na tarde cusquenha.



***


O que levei para quatro dias de caminhada pela Trilha Inca:

- 1 mochila de 34 litros

- 1 saco de dormir resistente a temperatura de até -1C

- 1 colchonete

- 2 camisetas

- 2 cuecas

- 1 gorro

- 1 ceroula

- 1 camiseta de manga comprida térmica

- 2 bastões de alumínio

- 1 capa plástica fina comum

- 2 palmilhas com reforço nos calcanhares

- 1 calça-bermuda

- 1 toalha de secagem rápida

- 1 jaqueta impermeável acoplada com agasalho resistente a baixas temperaturas

- 1 bota de caminhada com solado resistente e apropriado para terrenos acidentados. É muito importante que esse solado seja dotado de ranhuras e ressaltos que evitem deslizamento.

- 2 meias, sendo uma resistente a baixas temperaturas

- 1 boné com aba traseira destacável, que protege a nuca do sol, ambos de tecido bloqueador solar

- 1 par de chinelos

- Entre 1,5 e 2 litros de água, repostos continuamente ao longo da trilha

- 1 saco com lanche de trilha: amêndoas, passas, mexericas, bananas, biscoitos, barras de cereal, chocolate

- 1 cordinha

- 2 elásticos com gancho

- 2 faixas de proteção dos joelhos

- 1 apito de segurança com bússola acoplada

- 1 adaptador de tomadas elétricas

- 1 lanterna de testa

- Comprimidos para relaxamento muscular

- Comprimidos para dor de cabeça (mal de altitude)

- Filtro solar

- Aparelho celular com câmera fotográfica

- Carregador portátil de aparelho celular

- Kit primeiros socorros

- 2 saquinhos de folhas de coca (mal de altitude)

- 1 frasco de água de Flórida (mal de altitude)

- Caderneta de anotações

- Caneta

- 1 rolo de papel higiênico: nenhum dos banheiros dos acampamentos tinha papel higiênico



























Comentários

  1. Lindo relato! Tem o dom da escrita. Vale um livro!

    ResponderExcluir
  2. Tanto a dizer, que me faltam as palavras corretas. Mas resumirei em: viajei junto, sorri e gargalhei... senti a emoção e os degraus de superação pessoal e... chorei.
    Ótimo texto, linda experiência de vida, e pra vida!

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Relatos amazônicos 8 - De Novo Airão para o Jaú. Anavilhanas

Relatos açorianos - Ilha Terceira

Relatos amazônicos 6 - Manaus