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Relatos açorianos - Ilha das Flores e Ilha do Corvo

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É no extremo ocidental do arquipélago, nas suas duas ilhas mais isoladas, que as forças da natureza e os dramas humanos agem com maior rigor. Essas duas pequenas ilhas, Flores com 141 quilômetros quadrados de superfície e Corvo com apenas 17 quilômetros quadrados, são as últimas porções de terra europeias rumo ao Ocidente. Além delas, abre-se o Atlântico Norte e, depois, a América. "Para o olho humano, perdido na lonjura do espaço e na bruma do tempo, a Ilha das Flores situa-se na zona periférica do Arquipélago dos Açores. A geografia deu-lhe uma centralidade que os homens caprichosamente quase sempre lhe negaram; colocou-a como o último espaço europeu e a primeira terra a ser avistada no regresso do Novo Mundo" (*). O Ilhéu de Monchique, um rochedo oceânico com 30 metros de altura, pertencente à Ilha das Flores, constitui o ponto extremo ocidental do Arquipélago dos Açores, de Portugal e da Europa. Ilhéu de Monchique, o ponto mais ocidental da Europa Corsários, naufrágios, f

Relatos açorianos - Ilha de São Jorge

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A principal variável na vida de moradores e viajantes nos Açores: o clima. Diferentemente das áreas continentais, no arquipélago a variação climática é enorme. Chega a ser quase imprevisível e, a depender do seu estado de humor, enlouquecedora. É preciso se acostumar a ela. Pois, além de variar com certa cadência e previsibilidade ao longo dos meses do ano, como na grande maioria dos lugares, o clima nos Açores pode também mudar de semana a semana, dia a dia e até mesmo hora a hora. Num momento há cerração completa, que bloqueia a visibilidade a alguns metros de distância. No momento seguinte o vento empurra as massas de vapor de água e o sol reaparece. No terceiro momento, uma chuva fina passa a cair. E, mais, a variação climática ocorre entre ilhas que estão muito próximas, como Faial, São Jorge e Pico, e também dentro da mesma ilha. Em São Jorge o sol está aberto no Topo, no extremo oriental da ilha, e há cerração nos Rosais, no outro extremo. Ou vice-versa. Os dois pontos estão a p

Relatos açorianos - Ilha do Pico

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Vulcões, caldeiras, crateras, erupções. "Magma", "Lava" e "Basalto" são nomes de restaurantes, hotéis e agências de ecoturismo. Sim, as nove ilhas açorianas têm origem vulcânica e eu já entrara em contato estreito com essa realidade geológica na Ilha de São Miguel. Mas é "no Pico", como gostam de chamar os picarotos à sua Ilha do Pico, que essa espécie de cultura do vulcanismo se revela com a sua maior expressão. E por uma razão muito simples: Pico é a ilha açoriana mais jovem, formada há apenas 300 mil anos. A mais antiga, Santa Maria, tem oito milhões de anos de formação. Portanto, é no Pico que estão mais evidentes os resquícios e mesmo a ação presente dos fenômenos vulcânicos. "É belo o contraste entre a cor escura das rochas e o verdor da vegetação", define a discreta atendente do Moinho da Ponta Rasa, na localidade de São João. Numa conversa de cinco minutos, chegara, por meio de uma desconhecida que exerce a singela função de